Bruna Caram fala sobre emoção, estrada e a força de cantar Gonzaguinha: Afeto e luta em forma de música

Você já parou para escutar uma voz que canta com o corpo inteiro? Bruna Caram não canta apenas com as cordas vocais — ela entoa com alma, história e uma entrega que transborda o palco. A artista, que carrega no sangue o legado das rádios (sua avó foi cantora!) e no peito a pluralidade da música brasileira, se reinventa a cada projeto. São seis discos lançados, novela, livro, maternidade, estrada e um novo compromisso: ser uma artista da emoção.

Em sua nova fase, ela homenageia Gonzaguinha com o projeto Afeto e Luta, cuja curadoria do repertório é assinada por Jean Wyllys. A turnê que percorre o Brasil nasce de uma vontade visceral de reencontro com o público, de olho no passado e coração pulsando no presente. O disco, lançado também em vinil, resgata a materialidade da música como afeto palpável.

Nesta entrevista exclusiva para o programa Hora do Sabbat, Bruna fala sobre o início da sua trajetória, os aprendizados como intérprete, sua relação com a música brasileira e os planos para um novo álbum autoral. Leia até o fim para mergulhar em uma conversa íntima, inspiradora e repleta de sentido.

Sarah: Bruna, desde a infância, a menina que você era já nutria o sonho de se tornar cantora? Como você imagina que seria um encontro entre a Bruna Caram de hoje e aquela menina? E qual mensagem você gostaria de deixar para o futuro que aguarda aquela sua versão mais jovem?

Bruna: A minha história de cantora foi um pouco diferente desse caminho do sonho depois da realização. Na verdade, eu trabalhei como cantora antes de sonhar com isso. Meu trabalho começou aos 9 anos no grupo Trovadores Urbanos, na versão infantil, que se chama Trovadores Mirins, que existe até hoje. […] Então, felizmente, eu pude estar no meio antes de tentar me aproximar do meio e acho que isso foi muito especial para a cantora que eu sou hoje e para a artista que eu sou.

Sarah: Em tempos dominados pelo streaming, qual a motivação por trás do lançamento também em vinil? Do ponto de vista do negócio da música, essa escolha se mostra mais vantajosa? E de que forma essa materialidade do disco conecta você de maneira mais profunda com a sua base de fãs?

Bruna: O lançamento do disco de vinil está muito relacionado à paixão pela música, pela música brasileira, pela nossa história. […] fazer o disco físico em vinil é também resgatar essa relação mais profunda com a música que a gente está ouvindo, consumindo e amando.

Sarah: Sobre a curadoria do repertório para o projeto Afeto e Luta, qual foi a linha condutora que guiou o trabalho do Jean Wyllys na seleção das canções? E por que a decisão de trazer Jean Wyllys como curador dessa pesquisa tão importante?

Bruna: O projeto “Afeto e Luta” surgiu na pandemia, ainda de forma virtual, em lives que eu fazia em casa. […] Fiquei muito orgulhosa de conseguir fazer essa ponte e nós nos tornamos amigos no processo do álbum.

Sarah: Ao idealizar uma turnê que percorre o Brasil, entendemos que a concretização dos shows depende de diversos fatores. No entanto, como surge a iniciativa de pegar a estrada para compartilhar a sua música e essa homenagem ao Gonzaguinha com o público de diferentes lugares?

Bruna: Olha, nada é mais importante para mim do que encontrar o meu público presencialmente. […] Eu invisto em diferentes áreas, sempre pensando em estar na estrada e estar perto das pessoas.

Sarah: Após essa imersão no universo de Gonzaguinha e a turnê Afeto e Luta, quais são os próximos passos e sonhos para a sua carreira, Bruna? Podemos esperar trabalhos autorais, novas explorações da música popular brasileira ou alguma outra direção artística?

Bruna: Bom, o Gonzaguinha mudou a minha carreira para sempre. […] Preparo um disco novo, muito diferente, mas muito bonito. E quero seguir sendo uma artista da emoção. Esse é o meu compromisso para sempre. Uma artista perto das pessoas e uma artista da emoção.

🎶 Assista ao clipe mais recente de Bruna Caram:
👉 https://www.youtube.com/watch?v=HOf13JwQlFM

E assim seguimos, celebrando a emoção viva que é escutar uma mulher como Bruna Caram refletindo sobre sua trajetória, seus afetos e suas escolhas artísticas. Convido vocês a acessar o site da Hora do Sabbat, ler os textos potentes das escritoras que chegaram com o edital, escutar os programas e se deixar atravessar por vozes que criam, sentem e transformam. Esta semana, a nova edição traz uma entrevista com Danielle Andrade sobre o livro Inventário Vermelho — uma coletânea de cartas entre mães e contadoras de histórias, escritas durante a pandemia como forma de acolhimento. Quem me acompanha nesta conversa é Camila Genaro. Um acervo de afeto que vale cada palavra. Prepare-se para essa escuta — em breve, a gente libera a edição completa. E na próxima semana, nossa entrevistada é Anita Carvalho! Um papo riquíssimo sobre educação, negócios, família, justiça e equidade de gênero.

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Sarah Mascarenhas é jornalista no rádio e criadora do programa Hora do Sabbat, onde escuta e amplifica vozes de mulheres nas artes e na vida. Produz conteúdos com afeto, estratégia e compromisso com a transformação.

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