Elizabeth Miller foi uma fotógrafa, modelo e fotojornalista estadunidense.
Miller desde pequena serviu de modelo para o seu pai, que a fotografava, mas foi em 1927 que ela conheceu o Conde Nast, editor da Vogue, e se tornou modelo da revista. Entre os anos de 1927 e 1929 ela teve uma notável carreira de modelo e trabalhou com alguns dos grandes fotógrafos de moda americanos da época, como Edward Steichen, Nickolas Muray, Arnold Genthe e George Hoyningen-Huene.
Porém, em 1929, a carreira de Miller sofreu uma reviravolta quando sua fotografia apareceu ao lado de um anúncio de tampões Kotex. Foi a primeira vez que uma mulher conhecida posou em um anúncio de produtos menstruais – o que foi um escândalo na época – e praticamente acabou com os dias de Miller como modelo de moda convencional.
Fotografia e surrealismo

Em 1929, Lee foi para Paris e acabou conhecendo o artista surrealista Man Ray, eles se envolveram romanticamente e artisticamente, ela era sua musa e também aluna. Juntos eles redescobriram a técnica fotográfica de solarização por meio de um acidente, um dos relatos de Miller envolveu um rato correndo sobre seu pé, fazendo-a acender a luz da câmara escura no meio da revelação da fotografia. O casal fez da técnica uma assinatura visual distinta, exemplos sendo o retrato solarizado de Miller feito por Man Ray em Paris por volta de 1930, e os retratos feitos por Miller da amiga Dorothy Hill (1933), da colega surrealista Meret Oppenheim (1930) e da estrela do cinema mudo Lilian Harvey (1933).
Em 1932, após terminar seu relacionamento com Man Ray, Miller retornou a Nova York e abriu seu próprio estúdio de retratos e fotografia comercial com seu irmão Erik como assistente de câmara escura. Ela produziu retratos como “Cabeça Flutuante (Mary Taylor)” (1933), que refletem a influência surrealista de Ray.
Quatro de suas fotografias, “Egito” (1939), “Romênia” (1938), “Líbia” (1939) e “Sinai” (1939), foram exibidas na exposição de 1940 da Galeria Zwemmer, “Surrealismo Hoje”. O Museu de Arte Moderna (MoMA) incluiu seu trabalho na exposição “Grã-Bretanha em Guerra”, na cidade de Nova York, em 1941.
Correspondente de guerra

Em 1939, Miller morava com seu então companheiro, o pintor surrealista Roland Penrose, quando teve início a Segunda Guerra Mundial. Ela decidiu não retornar aos Estados Unidos e começou a trabalhar de fotojornalista freelancer como correspondente de guerra para a revista Vogue. Com o seu background surrealista, ela viu na Blitz de Londres em 1940 uma oportunidade para capturar os aspectos curiosos e estranhos da Segunda Guerra. Vinte e duas fotografias de Miller sobre os ataques aéreos contra a capital britânica foram incluídas na publicação do Ministério da Informação britânico Grim Glory: Pictures of Britain Under Fire (“Glória sinistra: imagens do Reino Unido sob ataque”, em tradução livre).
Enquanto trabalhava para a Vogue durante a Segunda Guerra Mundial, o objetivo de Miller era “documentar a guerra como evidência histórica” e “um relato de testemunha ocular” das baixas da guerra. O trabalho de Miller era muito específico e surrealista, assim como suas publicações anteriores e suas modelagens para a Vogue.
O trabalho de Miller com a Vogue durante a guerra era frequentemente uma combinação de jornalismo e arte, às vezes manipulado para evocar emoção.
Durante esse período, Miller fotografou crianças moribundas em um hospital de Viena, a vida camponesa na Hungria do pós-guerra, cadáveres de oficiais nazistas e suas famílias e, finalmente, a execução do ex-primeiro-ministro húngaro László Bárdossy.

Foto: David E. Scherman
A icônica fotografia do fotojornalista David E. Scherman de Lee Miller sentada na banheira do
apartamento privado de Adolf Hitler em Munique, com a lama seca da visita daquela manhã a Dachau
em suas botas sujando deliberadamente o banheiro de Hitler, foi tirada na noite de 30 de abril de 1945,
coincidentemente no mesmo dia em que Hitler cometeu suicídio.
Legado
Depois da guerra, em 1947, Miller ficou grávida do seu único filho, Antony Penrose. Ele é o autor do livro The Lives of Lee Miller (“As vidas de Lee Miller”, em tradução livre), que serviu de base para o filme “Lee” de Kate Winslet.
Lee Miller morreu em Farley Farm em 1977. Ela deixou um legado fotográfico extraordinário e ela continua a influenciar o mundo da moda, da fotografia e da arte.
Fontes:
https://en.m.wikipedia.org/wiki/Lee_Miller
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cvgld2x7pe0o
https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2025/01/quem-foi-a-fotografa-lee-miller-de-model
o-aos-registros-nos-campos-de-batalha-da-segunda-guerra-mundial
https://www.leemiller.co.uk/artists/lee-miller/
https://web.archive.org/web/20180802102104/https://www.npg.org.uk/about/press/lee-miller-portraits.
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Vênus é estudante de jornalismo na UFPB, fotógrafa amadora, apaixonada por arte, cultura e comunicação.