Estamos em pleno 2025, assistindo ao desdobramento de um caso que aconteceu em 2019.
Como é possível que, em pleno século XXI, uma mulher tenha sido internada involuntariamente só porque pediu o divórcio?

Helena Lahis teve seus e-mails invadidos, suas contas de WhatsApp e Instagram acessadas sem permissão, sua privacidade escancarada para justificar uma internação forçada. E por quê? Porque seu marido, Paulo Lima, presidente da Universal Music Brasil, não aceitava a separação.
Que tipo de homem é esse que acredita ser tão irresistível, tão poderoso, a ponto de decidir que a esposa não tem o direito de escolher o fim do casamento?
Que tipo de sociedade é essa que permite que um dos maiores executivos da indústria da música cometa invasão de privacidade, cárcere privado, discriminação religiosa — e siga blindado, recontratado, protegido por contratos milionários?
Que mundo é esse em que, em 2025, mulheres ainda são trancadas em hospitais, silenciadas, tratadas como histéricas, instáveis, loucas? Cem anos depois dos manicômios lotados de mulheres, vemos a mesma história se repetir.
A Hora do Sabbat está aqui para botar o dedo nessa ferida. Para afirmar que nenhuma mulher deve ser calada. Para lembrar que há 19 anos a Lei Maria da Penha transformou o Brasil em referência internacional no combate à violência contra a mulher — e ainda assim, todos os dias, quatro mulheres são assassinadas neste país.
E eu sei bem do que falo. Sofri violências desde infância, de pedofilia à estupro, abuso psicológico, silenciamento e por aí vai.
Aos 17 anos, por não ceder a uma cantada, levei um cuspe e um murro no rosto dentro de um bar. O bar era de um amigo meu. Mas quem foi expulsa não foi o agressor. Fui eu.
E eu nunca esqueci. Quero que esses que se disseram meus amigos se lembrem de como me trataram.
Nos últimos 50 dias, vimos uma estudante de medicina ser espancada no aniversário e largada em um hotel, enquanto o namorado dirigia o carro dela. Vimos o caso dos 61 socos, em que o agressor tentou se esconder atrás de um falso diagnóstico para minimizar a violência. Uma mulher inidigena presa numa cela masculina por 6 meses, sofrendo estupro coletivo por policiais e detentos, mesmo com bebê recém nascido. Helena não apanhou, mas foi internada à força. Outras apanham, outras são violentadas, outras são assassinadas. O padrão é o mesmo: corpos femininos controlados, vozes femininas silenciadas.
Esse é um chamado que extrapola o limite de ser só para as mulheres construírem redes de apoio, mas para expor a masculinidade frágil que ainda governa corpos e destinos. É um chamado para que homens — não só da música, mas de todos os espaços — se manifestem e assumam a luta pelo fim da violência contra as mulheres.

Porque podia ser sua mãe. Sua tia. Sua irmã. Sua prima. Sua colega de trabalho. Aquela mulher que você admira.
E que fique bem registrado aqui: a visibilidade do caso de Helena não é porque ela é branca. É porque ela foi casada com um dos executivos mais poderosos da música brasileira. E isso precisa ser GRITADO AOS 4 VENTOS. Para que nunca mais um homem com cargo, dinheiro ou poder se sinta autorizado a destruir a vida de uma mulher.
A campanha Por Helena, por todas nós

Helena luta hoje na Justiça. Mas justiça tem preço. Advogados, perícias, processos. E nenhuma mulher deve carregar esse peso sozinha.
Por isso nasceu a campanha Por Helena, por todas nós. Porque apoiar uma mulher é proteger todas.
👉 Cada contribuição é um recado: não existe silêncio que nos detenha.
👉 Cada doação é um feitiço: a liberdade de uma é a liberdade de todas.
👉 Cada partilha é um pacto: Paulo Lima deve ser lembrado como agressor, não como executivo poderoso.
Por Helena. Por mim. Por você. Por todas nós.
👉 Doe agora: benfeitoria.com/projeto/por-helena-por-cada-uma-de-nos-1y9n
#PorHelenaPorTodasNós #EscuteMulheres
Uma resposta
É urgente que os homens se juntem à luta.