Você não precisa estar pronta para começar    

Durante muito tempo, acreditei que precisava estar completamente pronta para dar qualquer passo.
Pronta para lançar um projeto, pronta para me apresentar, pronta para começar algo novo.
E estar pronta, para mim, significava saber tudo. Ter estudado o suficiente. Ter me preparado ao máximo. Ter segurança, confiança e controle.

Mas sabe o que acontecia? Eu não começava.
Ficava presa em um ciclo de preparação infinita, em uma eterna sala de espera onde nunca me sentia suficientemente capaz para entrar em cena.
Eu queria acertar logo de cara. Queria me sentir confiante antes de agir.
E, por trás disso tudo, o que havia era medo: de errar, de falhar, de ser julgada, de ser insuficiente.

Essa busca por “estar pronta” me travava em um lugar de constante frustração — eu estudava, lia, me preparava… mas não colocava nada em prática.
Foi quando percebi que, na verdade, o que me faltava não era mais preparo. Era permissão.

Permissão para começar imperfeita. Para ajustar no caminho. Para aprender fazendo.

Me desapegar da obrigatoriedade de entregar passos perfeitos e de me sentir completamente segura antes de agir foi um divisor de águas na minha trajetória.
Esse aprendizado me tirou do campo teórico e me colocou em movimento.
Comecei a lançar projetos mesmo com o coração acelerado, mesmo sem ter todas as respostas, mesmo me sentindo insegura.
E, para minha surpresa, foi assim que minha autoestima e minha autoconfiança começaram a florescer: na prática, no real, na ação.

Estar aqui, escrevendo essa coluna, é mais um desses passos.
Eu não me sinto 100% pronta — e tudo bem.
Estou consciente de que essa jornada como colunista do Blog do Sabbat vai me lapidar, me fortalecer e me ensinar. E é justamente isso que faz sentido para mim agora: caminhar enquanto aprendo.

Quero compartilhar isso com você que me lê, porque talvez você também esteja esperando “o momento certo”.
Talvez esteja se preparando demais, se exigindo demais, se comparando demais.
E talvez o que esteja faltando não seja mais um curso, mais um livro, mais uma confirmação externa.
Talvez o que esteja faltando seja se permitir dar um novo e inseguro passo — do jeito que for possível e com os recursos que você tem agora.

Você não precisa estar totalmente pronta.
Você precisa apenas começar.

E aos poucos, o caminho vai se abrindo.
A coragem vai crescendo.
A confiança vai nascendo da prática — e não da perfeição.

Que esse texto te encontre onde for preciso e te lembre com delicadeza:
você pode começar agora. Mesmo com medo. Mesmo sem certeza. Mesmo imperfeita.
E isso já é lindo.

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