Nas últimas semanas, as redes sociais foram inundadas de imagens de pessoas, fatos sociais e até mesmo memes com o traço do Studio Ghibli, por causa de uma atualização do Chat GPT que permitiu que qualquer imagem pudesse ser mudada para um desenho com esse famoso traço.
Para além da polêmica sobre inteligência artificial, arte e direitos autorais, o Studio Ghibli é conhecido por seus filmes que criticam guerra, valorizam a natureza e também possuem protagonistas femininas não tão conhecidas, mas muito marcantes.
Studio Ghibli
Diferentemente da Disney, cujas histórias baseadas em contos antigos, em sua maioria com princesas que devem ser salvas e sim, possuem muitas qualidades, mas têm por vezes seu protagonismo posto em cheque; O Studio Ghibli é conhecido por ter protagonistas que crescem durante a história, salvam a si mesmas e aos outros.
As personagens do Estúdio são heroínas; algo parecido é visto em alguns animes shoujos como Sailor Moon e Sakura Card Captors, mas não é como as mulheres/meninas são representadas nos animes mais famosos em que os homens são os protagonistas.
Hayao Miyazaki
Hayao Miyazaki é o grande nome por trás dos filmes citados aqui, além de alguns outros. É um dos fundadores do Studio Ghibli, com sua visão que traz histórias que poderiam ser protagonizadas por meninos, mas ele escolheu mostrar que as meninas podem ser tão protagonistas quanto, senão mais.
O Serviço de entregas da Kiki (1989)

No filme, conhecemos a história da jovem bruxa Kiki saindo de casa aos treze anos, junto de seu gato preto Jiji, para tornar-se independente em uma nova cidade, algo que é tradição entre as bruxas para aperfeiçoar sua magia. A narrativa foca no desenvolvimento da Kiki como adolescente, suas dificuldades por estar longe de casa, tendo que se virar numa cidade onde não conhece ninguém.
Ela, como uma jovem independente, acaba fazendo amigos, arruma um emprego (o seu serviço de entregas), se apaixona por um garoto chamado Tombo e acaba salvando a vida dele, algo não muito comum em filmes ocidentais da época. Uma certa inversão de papeis é feita, uma quebra, uma normalização de mulheres em posição de protagonismo.
Seu roteiro é baseado no romance homônimo de 1985, escrito por Eiko Kadono.
O filme foi inteiramente desenhado à mão, sem recorrer à computação gráfica.
A viagem de Chihiro (2001)

A história começa com a mudança de Chihiro e seus pais para outra cidade. No caminho, os três se perdem e acabam encontrando um edifício com um estranho túnel no centro, uma espécie de toca do coelho branco, mas nenhum coelho os levou ali. É então que a magia aparece. Os pais dela encontram comida e, sem saber que é mágica, consomem e acabam virando porcos.
Chihiro conta com a ajuda de um guia, Haku, e vários amigos que faz ao longo do caminho na sua aventura para buscar uma maneira de acabar com o feitiço. A sua viagem por esse mundo mágico representa a transição da infância até a fase adulta crítica a sociedade japonesa moderna em relação ao conflito de gerações e a luta para
quebrar as tradições da cultura tradicional.
O filme venceu o Oscar de melhor animação de 2003, um marco.
Nausicaä do vale do vento (1984)

Mil anos após os 7 Dias de Fogo, a humanidade se esforça em sobreviver num mundo em ruínas, divididos em pequenas populações e impérios. Neste mundo pós-apocalíptico com plantas e insetos gigantes existem florestas onde tudo é tóxico, incluindo o ar.
Nausicaä é a princesa do pequeno reino do Vale do Vento, que tenta compreender melhor estas florestas nocivas aos humanos, ao mesmo tempo que tenta salvar seu povo da ação belicosa dos reinos vizinhos. Ela acaba entrando em confronto com a princesa de Tolmekia, Kushana, que quer dominar as terras do vale do vento.
Os temas da história abordam o sentimento anti-guerra e a compreensão e conexão com o meio-ambiente por meio da protagonista.
Nausicaä defende o valor da vida independente de sua forma.
Diferente das obras ocidentais onde o bem e o mal são muito bem divididos, muitas vezes sem nuance alguma, nos filmes do Studio Ghibli até os vilões mostram seu lado humano. O bem e o mal são o próprio ser humano.
Apesar do filme ter sido feito antes da fundação do Studio Ghibli (fundado em 1985), ele é considerado uma obra do Studio.
Além disso, o filme é baseado em um mangá de mesmo nome, criado por Miyazaki e publicado em 1982.
Respostas de 2
👏🏼👏🏼👏🏼 bela temática
amo o studio ghibli e sou fã da laís nascimento!!