Nas redes sociais, uma trend tem emocionado e inspirado muita gente: crianças, adolescentes e adultos negros compartilham imagens ou vídeos de quando eram mais novos e, em seguida, mostram como estão hoje. Mais do que uma simples comparação estética, essa tendência tem um significado profundo: é uma celebração da jornada de empoderamento negro.
Durante a infância e adolescência, muitas dessas pessoas viveram situações de racismo, preconceito ou falta de representatividade. A autoestima, em muitos casos, foi marcada por inseguranças e pela dificuldade de se ver refletido de maneira positiva na mídia, na escola e até nas interações sociais. As imagens do “antes” carregam essa memória, mas também evidenciam a potência de quem, apesar de tudo, resistiu.
O “depois”, por sua vez, é a afirmação da beleza negra em toda a sua diversidade. Cabelos crespos, tranças, pele preta em destaque, roupas e expressões que demonstram confiança — cada detalhe comunica uma mensagem: a de que ser negro é motivo de orgulho. Esse contraste não é apenas visual, mas simbólico. Ele mostra que o que antes era alvo de piada ou estigma hoje é celebrado como sinônimo de força, identidade e autenticidade.
Essa trend não se resume a nostalgia ou estética. Ela é, sobretudo, um ato político e coletivo. Ao ocupar espaços digitais com narrativas de transformação, crianças, adolescentes e adultos negros reforçam que a autoestima é construída e reconstruída em comunidade, e que a representatividade importa. É uma forma de dizer às novas gerações negras: você é lindo, você é suficiente, você tem valor.
Em um mundo ainda marcado por padrões eurocêntricos de beleza e sucesso, essa tendência é um lembrete poderoso de que o empoderamento negro não é apenas uma conquista individual, mas também coletiva. Cada postagem é um testemunho vivo de resistência e de amor-próprio — e, ao mesmo tempo, um convite para que novas gerações cresçam reconhecendo e celebrando sua identidade desde cedo.