Refletir sobre a participação direta das mulheres na política institucional, considerando sua diversidade de gênero, raça, classe social, orientação sexual e território é um desafio necessário a ser percorrido. Não é de hoje que essa temática é abordada na sociedade, principalmente partindo da perspectiva de lutas históricas do movimento feminista brasileiro que inspiradas na luta das mulheres em Berlim deu início a sua organização e agenda política por direitos constitucionais no Brasil.
Os primeiros registros de conquistas efetivas das mulheres foi o direito ao voto, mesmo que para exercer tal ato fosse preciso ser casada e reconhecida pela sociedade, sendo o voto definido pela figura masculina da relação. Ou seja, o direito ao voto não era bem uma garantia às mulheres, pois não concediam a elas a liberdade de escolha e decisão. O que já demonstra que os homens sempre ocuparam espaços de poder e tiveram direitos garantidos sem que houvesse questionamentos e que dependessem das mulheres.
Reconhecer que esse processo de exclusão e injustiça marcaram e marcam ainda hoje, em pleno século XXI a vidas das mulheres na participação direta dos espaços políticos, sejam eles partidários ou de ocupação de cargos no legislativo ou executivo no Brasil, é fundamental para compreensão de uma sociedade estruturada no machismo, no patriarcado, no racismo e na misoginia, pois, as decisões que refletem sobre as vidas das mulheres ainda decorrem da figura masculina na sociedade.
Portanto, é fundamental ter mulheres diversas, negras, indígenas, quilombolas, ciganas, do campo e da cidade construindo esse país a partir do seu território e de suas vivências cotidianas, que contribuem significativamente para uma sociedade mais justa, igualitária, com justiça de gênero e o direito de votar e ser votada, sem que haja interferência da “figura masculina” nas construções e decisões que regem a vida e a garantia da cidadania plena de todas as mulheres.
Notam-se, alguns avanços no decorrer das últimas décadas, o direito ao voto e de ser votada, a participação das mulheres nas instâncias partidárias com direito a vez, voz e voto nas proposições, nos debates políticos e em instituições acadêmicas. O direito das mulheres diversas a denunciarem a violência política de gênero, em que as mesmas são impedidas muitas vezes de exercerem sua função profissional ou de serem silenciadas no exercício do seu mandato por interrupção da figura masculina.
Mesmo com esses avanços significativos, ainda somos a minoria na política institucional brasileira. De acordo com dados da União Interparlamentar, apenas 24% de todos os parlamentares mundiais são mulheres, e no Brasil, há apenas 16% de representatividade feminina, numa sociedade construída e gerida por 52 % de mulheres, em sua maioria negra. É preciso avançar muito mais, para garantir que as mulheres estejam ocupando esses espaços de poder e decisão, todas elas, com suas diversidades, coragem e voz ativa.
Fontes de pesquisa:
Dados União Interparlamentar- https://elasnopoder.org/
Instituto Update- https://www.institutoupdate.org.br/eleitas/index.html
Respostas de 3
Excelente texto, Joelma! Precisamos ser mais nos espaços da política institucional, para que possamos garantir nossos direitos e para que a nossa voz ecoe nessa sociedade estruturada no machismo e no patriarcado. Adorei ler você, parabéns. Sucesso nessa nova jornada ✊🏻😘
Orgulho demais dos espaços que você vem ocupando✊🏻❤️
É tão lindo te acompanhar e ler teus escritos, amiga! ♥️
Tema muito necessário! As mulheres previsam ocupar todos os espaços públicos e políticos do nosso país! Parabéns pelo texto e pelo olhar aguçado para as mulheres na política institucional. Sucesso Joelma Carla!!!