Quando o silêncio vira semente

Há silêncios que pesam. Outros que libertam.

Há silêncios impostos — por medo, por opressão, por ausência.
Mas também há aqueles que são escolhidos, que nascem do cansaço fértil, da pausa necessária, do recolhimento potente.

Numa sociedade que exige da mulher performance constante — de produtividade, de fala, de presença — calar-se pode ser um ato de insubordinação. De cura. De escuta interna.

O mundo grita. Mas dentro de mim há uma floresta.

E ali, no meio do silêncio, germina alguma coisa.
Uma ideia nova, uma saudade antiga, uma resposta que eu nem sabia que estava esperando.

Silenciar não é sumir. É florescer por dentro.
É deixar que a terra respire. Que as raízes se alonguem.

O silêncio, quando escolhido, é o útero do próximo ciclo.

Respira. Recolhe. Cala.
Mas só o que quiser calar.
Tudo o que for verdade… uma hora brota.

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