Quem nunca ficou preso nos comentários que atire a primeira pedra!
Sabe aquele vídeo que você assiste — mas que, na real, não termina quando o vídeo acaba? Porque, convenhamos, os comentários muitas vezes são mais engraçados (ou mais ácidos) que o próprio conteúdo.
Ou então… você quer saber mais sobre o vídeo? Rolando os comentários, com certeza vai entender… ou não. Mas certeza que vai encontrar fofoca, opinião, julgamento, spoiler, dossiê completo — aquele combo que transforma a seção de comentários numa espécie de umbral da internet. Você cai ali… e dificilmente sai o mesmo.
Crédito – Imagem elaborada no Canva – Fernanda Azevedo
E o povo, como já diz a icônica Cariúcha: “Tá com tempo!”
Porque se tem algo que o brasileiro ama, é uma treta nos comentários.
Aliás, o Brasil é o país onde as pessoas mais interagem nas redes sociais no mundo — segundo o Digital 2025 Report, 96% dos brasileiros conectados disseram usar redes sociais ativamente. E, desse grupo, a maioria não está só assistindo:
📱 76% comentam ou reagem em posts de entretenimento;
💬 E mais de 65% compartilham ou interagem com conteúdos polêmicos.
Crédito – Imagem elaborada no Canva – Fernanda Azevedo
Ou seja: a gente não se contenta em só ver — a gente precisa comentar, opinar, julgar. E sempre tem aquele que vai além e compra a briga no feed.
E como se não bastasse, nos últimos meses o Brasil popularizou um novo vício: os vídeos com comentários narrados por voz robótica — aquele compilado de pérolas da internet que fazem rir ou chorar. Esse fenômeno explodiu no TikTok e Reels, onde, segundo o DataReportal, o Brasil é top 3 em consumo diário dessas plataformas, com média de 2h46min por dia só no scroll.
O povo comenta sem dó — e lê sem medo. E parece até que a seção de comentários virou um espaço democrático onde ninguém escapa. Seja um restaurante, um famoso, ou uma simples pastelaria — o julgamento vem. E às vezes, não basta ler… tem quem responda. Daí, quando vê, já tem textão, fã-clube e gente tretando pra saber se o pastel tava sequinho ou encharcado.
E esse ciclo não é só sobre humor — dados da USP (2025) mostram que as interações hostis nas redes cresceram 28% nos últimos três anos, principalmente em vídeos e postagens de consumo popular. Ou seja, a treta dos comentários também tem seu lado sombrio.
No final das contas, o brasileiro elevou a arte de comentar a um novo patamar — entre o sarcasmo genial e a necessidade urgente de uma terapia em dia. E o vício em rolar os comentários virou quase um esporte nacional.
Crédito – Imagem elaborada no Canva – Fernanda Azevedo
E olha… para as gerações que falavam mal das idosas que varrem calçada e espalham fofoca na vizinhança, estamos literalmente virando as próprias Donas Marias do mundo virtual. Só que agora, em vez da vassoura, a gente varre o feed alheio, varre os comentários, varre as tretas — tudo em nome da “opinião”.
O brasileiro é o verdadeiro dono da fofoca e, disso, não temos a menor dúvida quando lemos os comentários.
Gente, que coisa… deixa os zotros!
(Risos de uma pessoa que sabe a delícia de ser insinificante, mas lê os comentários, pois uma coisa não tem nada haver com outra)
Fontes:
- We Are Social, Digital 2025 Report:
https://wearesocial.com/us/blog/2025/02/digital-2025-the-essential-guide-to-the-global-state-of-digital - DataReportal – Digital 2025: Brazil Overview:
https://datareportal.com/reports/digital-2025-brazil - USP Study on Online Incivility (2025):
https://arxiv.org/abs/2504.08